segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Os óculos da alma

“Não vemos as coisas como elas são, mas sim como nós somos”.

Hilário Ascasubi

A vida tem o colorido que damos a ela.
Uma pessoa que se sinta infeliz, não irá encontrar a felicidade se implementar uma mudança física.
Aquele que se encontra atormentado, carrega a tormenta dentro de si.
Muitos buscam a felicidade nas mudanças exteriores, mudam-se de casa, de cidade, e até mesmo de país.
Além da bagagem material que se vêem obrigadas a transportar, levam dentro de si o peso de seus amargores.
Sendo a felicidade um estado intimo de bem estar, ela não pode ser encontrada nas mudanças materiais. Muito menos nas aquisições.
Procurando dinamizar a vida na exterioridade, o homem se esquece que o dinamismo deve principiar na interioridade da sua alma.
Quando se detém no mundo exterior, em pouco tempo o estado mórbido irá retornar suplantando a fugaz felicidade, alicerçada apenas em uma compra ou projeto qualquer.
Os estados melancólicos que variam tanto como o clima ambiental, revelam que a criatura humana encontra-se a deriva da própria vida.
Para obtermos êxito em qualquer projeto de vida, é necessário um planejamento, é preciso de elaboração.
A vida é uma constante mutação, e não lograremos êxito em nossos projetos se interiormente portarmo-nos como criaturas camaleônicas.
Pela manhã estamos sorrindo, na hora do almoço estamos irritados, pela tarde angustiados e a noite revoltados.
O que fazer diante de tantos desafios?
Não existe uma receita pronta, miraculosa.
Precisamos ter um projeto de vida, um projeto que tenha como base à honestidade conosco mesmo.
Assim como nos programamos para a aquisição de qualquer bem material, precisamos nos programar para vencer nossas tendências camaleônicas.
A vida é amarga, ou sou eu que a vejo com amargura?
A vida é uma droga, ou meus valores estão equivocados?
Será que eu conheço a verdadeira infelicidade?
São questões que devemos ter a coragem e franqueza, de responder a nós próprios.
Quem não quer ser feliz?
Não existe um país chamado felicidade, para onde poderemos nos mudar quando desejarmos.
Não existe uma marca de automóvel chamada felicidade.
A felicidade certamente é uma maneira de caminharmos na vida, a maneira como compreendemos a vida.
É claro que não podemos nos cobrar a perfeição, mas devemos nos cobrar empenho para modificar as coisas que dependem de nós serem modificadas.
Mudemos a lente dos óculos do nosso espírito, pois certamente a vida é da maneira como nós a enxergamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário